A tomografia de coerência óptica (optical coherence tomography – OCT) e, mais recentemente, a angiografia por OCT (OCT-A) têm revolucionado a prática de Oftalmologia. São exames de imagem, não invasivos e rápidos de executar que permitem estudar a retina com resolução quase histológica e analisar de forma qualitativa e quantitativa a estrutura das camadas da retina (OCT), bem como a integridade das redes capilares e a existência de áreas de não perfusão (OCT-A). Vários grupos de investigação têm explorado o valor destes exames como biomarcadores, isto é, como preditores de progressão de doença, de prognóstico e de resposta à terapêutica.

A Retinopatia Diabética é uma das complicações microvasculares mais comuns da Diabetes e ainda uma das principais causas de cegueira a nível mundial. Neste estudo, pretendemos determinar se é possível detectar a progressão da Retinopatia Diabética a nível ultraestrutural, nos seus estádios não proliferativos, através destes exames de imagem (OCT e OCT-A).

Resultados e impacto 

Atualmente, o rastreio e monitorização da Retinopatia Diabética baseiam-se na fotografia de fundo de sete campos que, subsequentemente, tem de ser avaliada por um técnico certificado, o que torna este processo lento e laborioso. Do ponto de vista de estratégias de Saúde Pública, torna-se difícil implementar este tipo de rastreio a toda a população diabética que, apenas em Portugal, afecta mais de 1 milhão de pessoas. A avaliação através de OCT-A, pela rapidez de execução e cálculo automático de vários parâmetros quantitativos, poderá vir a ser implementado como um método mais rápido e eficaz de rastreio e monitorização da Retinopatia Diabética a nível populacional.