Do curso
de Medicina 

Especial Natal

NATAL

Este é um estranho tempo: chamemos-lhe solstício de Inverno; festividade do Deus Mitra; ou celebração do nascimento de Jesus de Nazaré.


Será, entre nós, principalmente o Natal cristão, símbolo máximo da paz e solidariedade entre os povos. Depois dos Natais pandémicos que isolaram famílias penalizando principalmente os mais velhos e os mais frágeis, eis-nos perante mais um Natal que vamos celebrar sob o signo da Guerra. Ela ruge forte na martirizada Ucrânia, mas entra-nos casa dentro, diariamente. Pelos meios de comunicação e pelos preços dos bens alimentares e da energia que alavancando todos os outros fazem disparar a inflação.

Que bom seria que neste Natal tivéssemos a certeza de que o medo do outro, a falta de confiança, a ganância pela terra ou riqueza alheia, a ambição ou desejo mórbido de ganho material ou poder, terminasse finalmente.

No meio da guerra e da incerteza que se entranha cada vez mais nos nossos corações e lares, no meio do tumulto que todos pressentimos, invade-nos nesta época alguma paz e toma corpo o princípio da solidariedade. Deixemos de lado os cuidados e perigos que nos cercam e façamos para as crianças e para os mais pobres uma noite de felicidade neste mundo tempestuoso.

Que as crianças tenham uma noite de diversão e riso. Deixemos que o presépio, e os presentes do Menino Jesus ou do Pai Natal preservem os seus sonhos e encantem os seus pequenos corações.

Que nós, adultos, vivenciemos ao máximo a sua alegria e confraternizemos entre nós, antes de regressarmos às duras tarefas e anos difíceis que temos pela frente, que só serão ultrapassados por esforço, sacrifício e determinação e bom senso. O tal senso comum que se tornou tão raro em todo o mundo. Mas não podemos deixar que os mais pequenos sejam roubados nas suas esperanças legítimas e no direito de viver num mundo livre, decente e solidário.

BOAS FESTAS.

Américo Figueiredo

Natal – um tempo de renovação e de esperança

O Natal é toda uma ideia de renovação e de esperança. Porque radica na representação mental da renovação e da esperança associadas ao nascimento de Jesus, ao acto de nascer – “Mas soa a meia-noite E logo o nada / deixa de estar em tudo como estava” (David Mourão Ferreira, em “Nada/Natal”).

A renovação e a esperança estão também em cada aluno que chega à nossa Faculdade, para aqui nascer para a mais bela profissão do mundo – ser médico. Nós, os professores, vivemos com os alunos o “presente das coisas futuras (a esperança) de St. Agostinho. Mais tarde, quando partem, já médicos, “não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (St. Exupéry).

Aliciados pela beleza da profissão docente, esqueceremos, facilmente, que “Há-de vir um Natal e será o primeiro / em que se veja à mesa o meu lugar vazio” (novamente, David Mourão-Ferreira). Mas que a nossa vida, assim vivida, seja realização plena e não poema de desobriga e desengano, como em Torga, no seu “Último Natal” (1990): Menino Jesus, que nasces / Quando eu morro, / E trazes a paz / Que não levo, / O poema que te devo / (…) / Com ele me desobrigo e desengano: / És divino, e eu sou humano, / Não há poesia em mim que te mereça.”

Votos sinceros de Feliz Natal e Próspero Ano Novo, pleno de paz e saúde.

Fernando Regateiro

O Natal é aquela época em que desejamos que todos estejam bem, tenham consigo os seus mais queridos e, para os crentes, a esperança de que seguindo os exemplos há muitos anos escritos, possa a Humanidade viver em Paz e estar consigo mesma. E para já tal parece muito perturbado.

Para a Família da FMUC também o deve ser. O estar em Paz com o que tem de fazer tendo em atenção os seus desígnios e o seguir os exemplos dos que já passaram será o mais importante, sem esquecer a necessidade de sempre haver evolução. E esta deve ser pensada na prossecução de ser objetivo seu fundamental, que os alunos que ao longo de seis anos são moldados saiam com o verdadeiro espírito de “ser Médico”, olhando para os outros como “pessoas” e enquanto alunos estando em Paz com os seus colegas, podendo disfrutar dos adequados modelos de tutores que os bem possam formar.

Luiz Santiago