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Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

Utilização de exossomas
eficaz no diagnóstico de metástases de osteossarcoma

Sobre o estudo

O osteossarcoma é um tumor ósseo que afeta sobretudo crianças e jovens adolescentes, e que apresenta uma elevada propensão para metastizar para o pulmão. 

Presume-se que a maioria dos doentes apresenta micrometástases pulmonares aquando do diagnóstico, na sua maioria não detetáveis pelas técnicas de imagem atuais, e que acabam por progredir para lesões letais. Nesse sentido, é urgente desenvolver novas ferramentas capazes de detetar estas pequenas lesões nas fases iniciais da doença, de forma a possibilitar intervenções terapêuticas mais precoces e eficazes. 

As células tumorais produzem e libertam para a circulação pequenas vesiculas extracelulares, designadas de exossomas, que têm um papel importante na formação das metástases, nomeadamente na seleção e preparação dos locais de metastização. Além disso possuem uma afinidade intrínseca pelas células tumorais que os produziram, o que nos levou a explorar a sua utilização como agentes de diagnóstico recorrendo à tomografia por emissão de positrões (PET).

Neste trabalho foram utilizados exossomas isolados a partir de células tumorais de osteossarcoma, os quais foram radiomarcados com um radionuclídeo emissor de positrões (Cobre-64) aprovado para uso clínico. O seu potencial de diagnóstico foi avaliado num modelo animal em murganho num tomógrafo PET de alta resolução.


Resultados e impacto

As imagens da PET no modelo animal mostraram uma acumulação específica 

dos exossomas radiomarcados nas metástases pulmonares e também no tumor primário. Esta afinidade seletiva dos exossomas pelas células tumorais aliada à elevada sensibilidade da PET permitiu detetar metástases pulmonares de dimensões reduzidas inferiores a 3 mm, que podem não ser detetadas pelas técnicas convencionais.

Estes resultados demonstram o potencial de aplicação dos exossomas como agentes de imagem para o diagnóstico/deteção de metástases pulmonares no osteossarcoma nas fases iniciais da doença, possibilitando um tratamento mais atempado e eficaz. 

Esta abordagem, apesar de testada no modelo animal, apresenta um elevado potencial translacional, uma vez que os exossomas podem ser isolados do próprio doente, e administrados ao mesmo após radiomarcação, com risco mínimo de reações adversas, e também pelo facto do isótopo radioactivo (cobre-64) que utilizámos já estar aprovado para uso clínico na medicina nuclear.


Célia Gomes 


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Osteosarcoma-Derived Exosomes as Potential PET Imaging Nanocarriers for Lung Metastasis


Fotografia de CDC @ Unsplash