Propuseram-me o desafio de explicar as razões do meu percurso pessoal e profissional e a necessidade de termos de fazer escolhas ao longo das várias etapas.
Obriguei-me a fazer uma reflexão, assim como perguntas de que já me tinha esquecido das respostas. Termino a crónica com alguns conselhos para o meu futuro-eu que partilho convosco.
Posso-vos contar o meu percurso de uma forma entediante e pouco interessante: nasci e cresci em Coimbra, Curso de Medicina em Coimbra, trabalho em Coimbra, casei em Coimbra e vivo em Coimbra... embora com excursões pontuais pelos vários continentes a título pessoal e profissional.
Não vou dar uma resposta politicamente correta ou miss Mundo-like e dizer que não ter saído de Coimbra foi o que eu sempre quis, que temos todas as infraestruturas para poder crescer como pessoa e profissional, etc. Apesar de tudo isso poder ser verdade, a razão passou por motivos pessoais e familiares, para além de adorar a cidade e a nossa malfadada Académica.
Atualmente trabalho no serviço de Cirurgia Geral do CHUC, numa área que muito gosto e com a vontade de poder fazer a diferença em quem nos rodeia.
Durante o meu (ainda curto) percurso profissional, percebi que um médico não é só alguém que trata doentes, é também responsável por ensinar os seus pares e as gerações vindouras. Portanto, saber passar a mensagem.
Para isso, tive o privilégio de contactar e colaborar com diferentes pedagogos, o que me conduziu a um interesse e crescimento exponencial pelo ensino médico. Atualmente, colaboro em várias unidades curriculares, para além de ser aluno do programa de Doutoramento.
Após refletir sobre todos os feitos alcançados (nem todos aqui explicitados) e atividades (des)envolvidas, acabei por escrever alguns conselhos ao meu futuro-eu, assim como para as gerações mais novas:
- É necessário conseguirmos dedicar tempo de qualidade a cada uma das atividades em que nos envolvemos, senão não vale a pena comprometermo-nos com as mesmas;
- Multitasking pode fazer parte da nossa vida, mas para que seja saudável temos de ter organização, empenho e disciplina para connosco;
- Conhecer outras realidades e culturas é muito importante para crescermos como pessoa e profissional;
- Não se esqueçam de manter bom ambiente por onde passam. Vão ver que ganham tempo.
Manuel Rosete é estudante do Programa de Doutoramento em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Ilustração por Ana Catarina Lopes