Editorial

Embora sem os habituais cachecóis, luvas ou gorros, que nos protegem de um frio que teima em não aparecer, estamos a viver mais uma época natalícia. Esta é a altura para a realização de tarefas e concretização de objetivos que ficam esquecidos o resto do ano. É, por exemplo, o momento em que, mais do que em qualquer outro, nos sentimos gratos pelo que nos é proporcionado. 

Escrevo este texto no dia de Ação de Graças, um dia pouco celebrado entre nós, sendo mais popular por terras de sua Majestade ou territórios do Tio Sam. Apesar disso, não deixa de ser um dia que nos deve merecer alguma atenção. Afinal, é o dia para agradecer e dar graças pelas conquistas e “colheitas” obtidas durante o ano. Neste contexto, não podia deixar de celebrar as conquistas científicas e académicas da FMUC, que fomos amealhando ao longo do ano. É, também por isso, a altura para agradecer o esforço de toda a comunidade FMUC para que estas vitórias fossem possíveis. São ainda inúmeros os desafios que temos pela frente. Alguns tivemos já a ousadia de começar, agora é necessária a determinação para os concluir. Vamos falhar em alguns momentos, seguramente. Mas não podemos desistir, cientes que ao tentar de novo, falharemos melhor. 

Num registo mais pessoal, pedindo desde já, desculpa pelo abuso e atrevimento, justificado e perdoado pelo facto de estar a completar 18 263 dias de vida, permitam-me aqui mostrar a minha gratidão, de uma forma muito sentida e reconhecida, a todos os que me têm ajudado nesta caminhada, onde se incluem estudantes, colegas, amigos (e inimigos), chefes, com os seus ensinamentos, sugestões, críticas, incentivos, repreensões. Como parte das minhas funções institucionais, tenho tentado servir a FMUC, da melhor forma que posso e sei, tentando não desiludir aqueles que em mim têm acreditado. O que mais me apoquenta e me assusta é poder não estar à altura dos desafios e, com isso, prejudicar a instituição e os que nela trabalham. No entanto, esta aventura tem-me permitido conhecer gente extraordinária, que tanto me tem ajudado a ser o que sou hoje. Esta é talvez a maior riqueza destes cargos, poder aprender com pessoas magnânimas, geniais e generosas, inspiradoras e humildes, talentosas e modestas, que, com mestria e generosidade, me têm mostrado o caminho a seguir e ajudado nas escolhas a fazer. Por tudo isto, estou profundamente grato a todos os que me têm proporcionado uma vida tão rica, tão cheia de momentos felizes e conquistas, pessoais e profissionais... MUITO OBRIGADO A TODOS! 

Agora de volta a um dos projetos que mais me orgulho de ter iniciado, a Voice*MED. Nesta edição contamos com a colaboração gastronómica de José Luís Marques, Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, um viveiro onde se “confecionam” muitos chefs de alta cozinha, e onde a gastronomia serve estratégias para a inclusão. 

Em Lucerna, Manuel Rosete, cirurgião e estudante do Programa de Doutoramento, deixa alguns sensatos conselhos para as novas gerações, no caso de terem a ousadia de ser bem-sucedidos. 

Em Fora da Medicina, Márcio André Ferreira Sousa, treinador do Sport Club Conimbricense, o clube mais antigo da cidade de Coimbra e a primeira entidade que apostou no futebol de cegos em Portugal, mostra que o paradesporto não pode ser um ato de caridade, generosidade ou de compaixão.

Em Isto é FMUC, venha conhecer de que forma o projeto MED4Youth pretende combater a obesidade juvenil, recorrendo à dieta mediterrânica, à base de azeite, sumo de romã, frutos secos, grão-de-bico e pão de fermentação lenta. 

Por fim, Joana Coelho, do Instituto de Anatomia Normal da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, prescreve uma viagem às fantasias de infância. 


Henrique Girão


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