Desde que me lembro, sempre quis ser médica… No início da adolescência, vacilei um pouco entre ser médica ou astronauta (adoro astronomia, naves e a descoberta pelo desconhecido grandioso), mas percebi que alguns astronautas são médicos e que poderia ser simultaneamente médica e astronauta!!! Que sonho!

É claro, que rapidamente, tive de descer à terra, em solo português, e percebi que o meu foco deveria ser a medicina. Escolhi a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra pelo seu prestígio académico e a vivência estudantil. E de facto é maravilhoso ser-se estudante de medicina em Coimbra!

A Anestesiologia foi a minha escolha… e é curioso que os monitores com que trabalhamos diariamente nesta especialidade médica nos fazem lembrar tantas vezes uma nave espacial! 

O meu objetivo é levar cada doente meu a bom porto: fazer tudo o que sei, posso e tenha ao meu alcance para que (independentemente da sua fragilidade) resistam à intervenção médica invasiva, sem dor, sem desconforto, sem sequelas e com a melhor e mais rápida recuperação… Confesso que o que eu mais adoro na minha profissão é o sorriso dos doentes no final da cirurgia, dizendo-me que não têm dor e que afinal não foi difícil, ou o agradecimento das grávidas após o alívio da dor intensa durante o trabalho de parto! 

O tratamento da dor sempre foi uma preocupação minha (queria sempre ter as melhores ferramentas para oferecer aos doentes) e mais uma vez a “minha” FMUC não me faltou com uma vasta oferta de cursos que me ajudaram neste árduo percurso: concluí uma formação pós-graduada em acupunctura médica e uma tese de mestrado em anestesiologia e tratamento da dor. 

Por gostar de trabalhar em equipa, aprofundei os meus conhecimentos em dois cursos de gestão em unidades de saúde também na Universidade de Coimbra, que me deram uma boa mão-cheia de ferramentas para aumentar a produção e bem-estar de trabalho das equipas com quem trabalho. 

Apesar de todo este percurso, continua a faltar-me algo… Sempre gostei de investigar e queria aprender a fazê-lo mais e melhor. Coimbra tem um ecossistema muito próprio… é difícil encontrar uma cidade que reúna tantos polos científicos, com tanta diversidade de conhecimento (apesar de muita gente não o saber!) e mais uma vez achei que deveria ser em Coimbra que deveria concretizar este meu sonho. 

Não hesitei em me candidatar ao Programa de Doutoramento em Ciências da Saúde da FMUC e cá estou eu! A ADORAR este início do ano letivo, estou a aprender imenso, a conhecer cientistas extraordinários, pessoas inspiradoras e recomendo vivamente este programa a todos os que gostam de investigar em saúde! Neste momento sinto-me a progredir e com a sensação de que vou evoluir imenso!

Acredito e lutarei pela investigação médica integrada na atividade clínica dos médicos. A medicina não pode progredir sem a ciência e um médico investigador será de certeza um melhor médico que contribuirá mais para a medicina e que acrescentará muito mais valor ao hospital, à cidade, ao país e à sociedade, contribuindo, de certeza, para a melhor SAÚDE DE TODOS!

Se voltasse atrás, o que mudaria? Fazia tudo, mas tudo igualzinho! Não por tudo ter sido perfeito, mas porque o conjunto final foi e está a ser MAGNÍFICO! Acho que sou uma sortuda: tenho uma família maravilhosa, adoro o que faço, adoro o que estou a aprender neste programa de doutoramento e quero ser uma melhor pessoa, melhor cidadã, melhor médica, melhor investigadora e ainda acho que, um dia destes, vou por o pezinho em solo lunar!