Responder a estas questões levou-me a uma introspecção sobre o que, ao longo destes anos, me tem vindo a motivar e a orientar a minha conduta na vida.
Comecei, então, por me questionar o porquê da Medicina.
A resposta a esta pergunta pode ser considerada um clichê, mas durante muitos anos soube que a área de Saúde me motiva, sempre tive aquele bichinho de querer ajudar o próximo e o interesse pelas áreas que versam o estudo do corpo humano. Mesmo assim, achava que Medicina não era bem o que queria, e foi esta a ideia que tinha, até aos exames de 11º ano. Nesse momento, quando os resultados não foram tão bons quanto os esperados, apercebi-me que a minha vontade de querer fazer mais pelo outro não se iria contentar com algo que não a proximidade e capacidade direta de auxílio que um médico tem. A partir daí, não houve dúvidas: o caminho a seguir era Medicina.
Depois vem a questão da escolha de Coimbra. Se a escolha da Medicina foi crescendo gradualmente, só mais tarde se tornando óbvio para mim de que esta era a única opção a seguir, a escolha do local onde estudar sempre foi Coimbra, desde que me lembro. A minha mãe estudou em Coimbra, e por isso, desde sempre me lembro de ouvir falar de Coimbra como a Cidade dos Estudantes, desde as suas tradições aos momentos académicos, e da saudade que é tão marcante na vida de quem passa pela nossa cidade. Por isso, quando chegou a altura da escolha de que cidade seria a “minha” cidade para estudar, a escolha foi bastante fácil: seria Coimbra, e assim, a FMUC.
Por último, quando penso nas grandes escolhas que tomei na minha vida, uma das mais marcantes, tem sido ao longo de quase 3 anos, o porquê de continuar a escolher o NEM/AAC? E quando penso nisso, só tenho duas respostas. Numa primeira perspetiva, é o amor que fui ganhando a esta casa que aqui me mantém, o seu espírito de tentar sempre representar os seus estudantes e garantir-lhes as melhores condições possíveis, a oportunidade de nos deixar sonhar e de tentar alcançar o inalcançável. Por último, a resposta a esta pergunta foi-me dada, neste ano, quando decidi candidatar-me à Presidência desta casa, foi-me dada em cada um dos “SIM” da equipa que me acompanha, no brilho do seu olhar, na vontade insaciável deles ao querer ajudar os nossos alunos.
E sobre estas escolhas, posso afirmar, todos os dias, que indubitavelmente não poderia ter escolhido melhor.
Guilherme Lindeza é estudante do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Ilustração por Ana Catarina Lopes