O percurso de Anabela Mota Pinto no GEA começou há cerca de oito meses. “Assumi esta coordenação em julho de 2017”, refere, “é um gabinete que me trouxe grandes desafios, que me obrigou a pensar muito na escola, e na sua continuidade para além do pré-graduado”. Estabeleceu assim, em conjunto com a sua equipa, objetivos que quer ver atingidos dentro de um ano e meio: “Aumentar a oferta pós-graduada, pensar na qualidade e na viabilidade dos cursos e chegar a novos públicos, além da classe médica”.
Para além do desejo expresso de captar pessoas de outras áreas da saúde, e também das ciências biológicas, também a internacionalização é mais uma meta definida para a área formativa pós-graduada da FMUC. Nesse sentido surge a criação de mais cursos de ensino à distância, uma vez que o público-alvo “já trabalha e que não pode alocar um tempo tão grande de aulas presenciais, podendo optar por fazê-lo em casa, através do computador”, e também a lecionação de cursos totalmente em língua inglesa.
Para Nuno Garcia, esse é um ponto fulcral. “Preconizamos esse modelo porque a Universidade de Coimbra não pode viver só dos portugueses”. No seu entender, e não colocando em causa a língua portuguesa, se se quer atrair público estrangeiro, até por uma questão financeira, tem de haver uma garantia que percebam aquilo que querem vir aprender. “A propina internacional é diferente da propina nacional. Não se pode ambicionar ter propinas substancialmente mais elevadas para os mestrados sem oferecermos algo de elevada qualidade e diversidade que seja competitivo para esse valor”, reitera Nuno Garcia.
Para além do que é atualmente oferecido, estão já previstos cursos na área da “emergência médica, nutrição, neurociências, genética, neuropediatria, fisiopatologia respiratória e ética”, por exemplo. O alargamento da oferta adveio de “contactos e desafios a docentes em áreas que consideradas interessantes”, para que avançassem com propostas, em áreas consideradas estratégicas e sempre com o apoio do GEA. “Quem já desenvolve outras atividades na escola para além da docência e investigação, ao assumir a organização de um curso é fundamental sentir que o gabinete os pode ajudar nessa tarefa”, frisa Anabela Mota Pinto.
Uma das preocupações é a dispersão de funções e de tarefas. Apesar de o gabinete ser “multifacetado”, nas palavras da sua diretora, não deixam de existir incumbências que fogem à formação de quem garante o quotidiano da estrutura. “Perante as inúmeras tarefas e rotinas a efetuar, não temos o tempo que gostaríamos para estratégias mais ambiciosas que permitam atrair os melhores estudantes, como é nosso desejo”, descreve Susana Costa. Também Nuno Garcia divide o seu tempo entre o GEA, a área académica, o Gabinete da Qualidade ou o Planeamento Estratégico. “Ou seja, o corpo técnico está bastante limitado”, resume. Apesar de sentirem alguma angústia, própria de quem quer fazer mais e melhor, ambos não hesitam em dizer que continuam, como sempre, muito motivados.
Anabela Mota Pinto confidencia que há um ano não imaginava ser diretora do GEA, estava muito direcionada para a parte pedagógica e de investigação. Mas “o desafio foi bem recebido”, garante. “Espero daqui a dois anos poder dizer que o gabinete teve um dinamismo grande, no sentido de ter aumentado a oferta e a sua qualidade, de chegar mais longe na internacionalização, de conseguir criar cursos de ensino à distância, ou seja, que os nossos objetivos iniciais tenham sido cumpridos”.