A vida e dinâmica de uma instituição é, em muito, o reflexo do envolvimento dos seus elementos nas iniciativas nas quais são chamados a participar e intervir. Se em alguns casos esta participação é facultativa, ficando ao critério de cada um optar por nelas tomar parte ou não, outras revestem-se de um carácter obrigatório, nomeadamente quando decorrentes de imposições legais e/ou das envolvências das atividades e da missão exercida na instituição que se serve ou até da própria instituição. Infelizmente, num caso ou noutro, tem-se verificado um reduzido envolvimento dos membros da FMUC nas iniciativas para as quais é solicitada a sua participação e colaboração. Por exemplo, o nível de participação da Escola nos “inquéritos de autoavaliação” e de “reflexão docente” tem sido, geralmente, abaixo do desejável, colocando a FMUC entre as unidades orgânicas com menores níveis de adesão. Isto deve fazer-nos refletir sobre o papel ativo que a Faculdade pode, e deve, ter na vida da Universidade. A respostas a estes inquéritos, lançados pela Reitoria, através do Infordocente, devem ser encaradas como um dever para todos aqueles que leccionam na UC, pois constituem um instrumento de vital importância para a melhoria da qualidade pedagógica, que todos nós tanto apregoamos e desejamos.
Esta ausência é também notada em iniciativas onde se pretende abrir a discussão a toda a comunidade, para, em conjunto, debater e refletir sobre temas estruturantes para o FUTURO da Escola. Foi o que aconteceu no debate lançado pela Assembleia da FMUC, para abordar o tema “indicadores de qualidade das Escolas Médicas: as perspetivas nacionais e internacionais e a posição atual da FMUC”. Para uma instituição que pretende afirmar-se e ocupar um lugar de destaque, bem como posicionar-se num patamar de excelência, é fundamental que se conheça, primeiro, a posição onde ela se encontra hoje, bem como as razões para ocupar essa posição, para depois poder construir o FUTURO de uma forma sólida e sustentada, assente no conhecimento da realidade presente. Como disse Stephen Hawking, “o maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento”. E, mais uma vez, nesse debate em que se pretendia discutir o estado da faculdade, a esmagadora maioria dos seus elementos não puderam marcar presença! Naturalmente, a não participação nestas iniciativas retira, aos ausentes, qualquer legitimidade reivindicativa, enfraquecendo a posição daqueles que pretendam manifestar as sua discordância em relação às opções tomadas, que determinam o rumo a seguir pela Escola.
Este mês ficou marcado pela perda de uma grande figura da ciência contemporânea, Stephen Hawking. Para além de um eminente cientista, Stephen Hawking foi um magnifico comunicador e divulgador de ciência, contribuindo para entusiasmar, cativar e motivar a sociedade a interessar-se e envolver-se no próprio processo científico, desde as estrelas aos buracos negros. E esta Voice*MED, e muitas outras newsletter, ou outras formas de comunicação de ciência, muito devem ao caminho desbravado por esta mente inquieta, que deve servir como exemplo e inspiração para todos nós no sentido em que, contra todas as expectativas é possível conseguir ultrapassar adversidades e VENCER.
A dia-a-dia da FMUC não será, seguramente, o mesmo depois de deixar de contar com a colaboração de um dos seus membros (sim, ele era um dos nossos!) mais acarinhado e respeitado, o Sr David. Não me recordo, ao longo destes anos, ter havido um consenso tão alargado quanto ao reconhecimento, estima e consideração por alguém, como aconteceu com o Sr David. Um homem que, até ao seu desejado regresso, vai deixar muitas saudades. Em nome de toda a FMUC, quero deixar uma palavra de profundo agradecimento por tudo aquilo que o Sr David fez pela Faculdade. E, acreditem as mentes mais desconfiadas ou desconhecedoras, foi muito! Deixa-nos a sua playlist...
Em 4'33'' Tiago Reis Marques dá-nos uma perspectiva de quem já viveu na FMUC, mas, longe, continua a viver a FMUC. O Tiago, através do seu excepcional percurso científico, deve servir como um exemplo da capacidade da Faculdade para formar médicos e cientistas que, fruto dos seus feitos e conquistas, em muito enobrecem o nome da Faculdade.
Este mês na rubrica “Do Curso de...” vamos conhecer melhor a vida de uma das mais reconhecidas individualidades da gastroenterologia, nacional e internacional, e perceber de que forma 15 dias determinaram o percurso académico de uma das mais marcantes personalidades da FMUC, o Professor Diniz de Freitas.
Em “Lucerna”, Ana Brinca dá-nos a conhecer o momento de viragem na sua vida clinica, que, contra todos os seus planos iniciais, fez da cirurgia a sua atual paixão.
Em “Fora da Medicina”, através da colaboração da vice-reitora Clara Almeida Santos, ficamos a conhecer a Semana Cultural da Universidade de Coimbra, que propõe uma reflexão sobre a casa, nas suas mais diversas dimensões.
Henrique Girão