Chegada a este ponto, pensar naquilo que me influenciou a seguir este caminho faz-me regressar às origens. Como criança, nascida e criada no Alentejo, aprendi desde cedo que não há limites para sonhar; lembro-me de olhar para as enormes planícies alentejanas e perguntar ao meu querido Avô o que é que existia lá ao fundo... Acho que a curiosidade e o querer saber mais sempre me foram inerentes, desde pequena que a alcunha que uns amigos dos meus Pais me deram era “poquê poquê”. Sem dúvida que esta procura pelo saber, pelo conhecimento, definiram o meu percurso de vida, quer pessoal, quer académico.
Porquê escolher a FMUC? Quem não quer pertencer à Faculdade mais antiga do País? São mais de 700 anos de muitas histórias para descobrir. Porquê escolher a Especialidade de Ortopedia e Traumatologia? O pragmatismo da minha especialidade, poder dar qualidade de vida às pessoas e ver os resultados quase imediatos, por vezes. Não há nada melhor que o olhar feliz de um doente que voltou novamente a andar sem dor, depois de anos de sofrimento. O desporto também sempre fez parte do meu quotidiano, e o meu percurso académico na FMUC continua exatamente nesta área, com o ingresso no meu 1º ano de especialidade no Mestrado em Medicina Desportiva.
Sem dúvida que houve duas pessoas essenciais que despertaram e estimularam o meu interesse de querer ser investigadora – o Prof. Fernando Fonseca e o Dr. João Oliveira. O Prof. Fonseca orientou-me desde cedo, ainda durante o curso na realização da tese de Mestrado Integrado, e fez-me ver que não é fácil querer fazer investigação, que é um trabalho árduo e que no fim os resultados podem não ser os que queríamos. Se isto me fez desistir? Não! De todo! Percebi que era isto que queria continuar a fazer, e continuei com a ajuda de ambos durante o Mestrado em Medicina do Desporto.
Recordo o meu Pai que, no ano passado e após defender a tese, me disse “Então agora, já chega de estudar?”. E eu respondi logo que não, nunca podemos deixar de querer saber mais e contribuir para o conhecimento científico de todos. E assim iniciei o Programa de Doutoramento da FMUC com a convicção que é o caminho certo; sinuoso certamente, mas que valerá a pena no final. Que a vontade de aprender, tal qual a minha curiosidade de menina, nunca morra!
Catarina Quintas é aluna do Doutoramento em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Ilustração por Ana Catarina Lopes