PUBLICAÇÕES
EM DESTAQUE

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

VOICEmed #3
Combinação de marcadores pode melhorar deteção do cancro da mama

Sobre o estudo
O rastreio do cancro da mama é uma estratégia bastante importante, na medida em que permite a sua deteção precoce e garante maior probabilidade de ter um tratamento eficaz. Existem vários estudos que exploraram o uso de alguns biomarcadores facilmente medidos em exames de rotina e que podem ser utilizados para detetar o cancro da mama.

Neste trabalho analisou-se a possibilidade de usar medidas da glicose, insulina, HOMA, leptina, adiponectina, resistina, MCP-1, idade e índice de massa corporal (IMC) num modelo estatístico multivariado de classificação para a deteção do cancro da mama. O principal objetivo foi assim o de avaliar a capacidade discriminativa das variáveis em causa não de forma isolada, mas combinadas entre si. Para esse efeito, estudaram-se dois grupos de mulheres com e sem cancro da mama, tendo-se concluído que o melhor modelo estatístico é o que inclui apenas a resistina, a glicose, a idade e o IMC. Este classificador apresenta uma sensibilidade na deteção de cancro da mama que varia entre 82% e 89% e uma especificidade que varia entre 85% e 90%.


Resultados e impacto
Os resultados obtidos sugerem que a resistina e a glicose, em combinação com a idade e o IMC, podem ser considerados um bom conjunto de candidatos para biomarcadores de cancro da mama. Abre-se assim a possibilidade de pensar no desenvolvimento de um teste simples, minimamente invasivo e barato, que possa ser usado no rastreio do cancro da mama. Naturalmente, a demonstração cabal desta possibilidade implica o desenho e implementação de um novo estudo mais alargado que permita colmatar as limitações do presente trabalho.


A facilidade inerente a um procedimento deste tipo pode aumentar a capacidade de diagnóstico mais precoce, o que terá com certeza um grande impacto na saúde de muitas mulheres.


Francisco Caramelo