Editorial


Depois de um período de silêncio, para férias, a Voice*MED está de volta, o que coincide com o início das aulas e regresso daqueles que são a verdadeira alma da FMUC: os estudantes. Antes de mais, queremos dar as boas-vindas aos novos estudantes, que depositaram na FMUC a responsabilidade de os treinar e ensinar. E este papel não se esgota na formação de profissionais de excelência. A FMUC pretende ser também uma Escola de vida, onde imperam os valores da ética, honestidade, rigor, integridade, verdade e solidariedade. É uma enorme honra para a FMUC ter sido a escolha de muitos como a sua “casa” para os próximos anos. A FMUC tudo fará para estar à altura deste desafio, e ir ao encontro das expetativas e ajudar a concretizar os sonhos que estes “meninos” trazem consigo. A todos queremos desejar as maiores felicidades para um futuro que agora começa. Aos restantes estudantes, que já frequentam a FMUC, do MIM, MIMD, e formação pós-graduada, queremos também deixar uma palavra de agradecimento por tudo o que têm feito pela Faculdade e desejar muitas alegrias e sucessos académicos, científicos e pessoais.


Felizmente, depois do sucesso que tem sido o processo de vacinação, é possível agora termos aulas em formato presencial e voltar a ter as cadeiras das salas de aula ocupadas com estudantes. Embora a modalidade de ensino remoto traga algumas vantagens, e seja, em alguns casos, tentador adotar este sistema no futuro, o contacto presencial entre docentes e discentes continua a ser uma dimensão importante para o sucesso do ensino e da aprendizagem. No entanto, e uma vez que a pandemia não está debelada, é fundamental continuar a respeitar regras elementares de segurança que continuem a possibilitar esta caminhada, longa e sinuosa, de regresso ao futuro. Mesmo quando as normas são mais permissivas e nos convidam a fazê-lo, temos que evitar excessos e manter alguma contenção nos nossos comportamentos e atitudes. É para o bem de todos!


Como é desejável num regime democrático, os eleitores de Coimbra foram chamados a escolher as pessoas que vão dirigir os destinos da cidade nos próximos anos. Os desafios são muitos, mas as oportunidades são imensas. Para além de desejar os maiores sucessos para o novo mandato, espera-se que o novo elenco camarário possa (re)colocar Coimbra no lugar que esta merece e que, por mérito próprio, já foi seu. E para ocupar esse lugar cimeiro, nomeadamente como “Cidade do Conhecimento”, a Saúde assumiu desde sempre um papel importante. Embora a sinalética tenha mudado para “Universidade, Alta e Sofia”, nestas três palavras continua a residir muita da essência de Coimbra, incluindo o seu primordial papel no ensino e progresso do conhecimento. Embora a referência a “Património Mundial” da UNESCO possa remeter para um passado histórico, longínquo e bafiento, Coimbra deve posicionar-se como um espaço de desenvolvimento e inovação, um lugar com futuro e ambição, que ao colocar-se na vanguarda possa trazer esperança e confiança a todos aqueles que nela vivem e/ ou trabalham. Até há não muito tempo, pessoas de todo o país deslocavam-se a Coimbra para “ir ao médico”. Em pouco tempo, Coimbra deixou de ser uma referência na saúde e, hoje em dia, já se sai de Coimbra para ir procurar “melhores” cuidados de saúde. 


É uma pena Coimbra não saber aproveitar as condições únicas existentes na cidade e região para se impor como a “Cidade da Saúde”. Muitas das fundações estão feitas, vários alicerces estão montados, algumas paredes estão construídas. Mas para termos um edifício que possa albergar esta ambição, muito está ainda por fazer. Para que tudo possa ser uma realidade e não passe, apenas, de um conjunto de boas ideias e intenções, refletidas em bonitos e eloquentes textos, é preciso arregaçar as mangas e passar à ação. Para sermos bem-sucedidos nesta missão, é fundamental encontrar sintonia e alinhamento entre os diversos atores com responsabilidade no processo, como a Câmara, a CCDRC, a Universidade de Coimbra, as Unidades de Saúde, com o CHUC à cabeça, e as Unidades de Investigação. O Centro Académico e Clínico de Coimbra pode assumir um papel preponderante, como elemento de coesão e convergência. Naturalmente, nesta equação não pode faltar a sociedade, onde a Voice*MED pode dar uma ajuda. As oportunidades estão aí, para fazer frente aos desafios. Se não soubermos aproveitá-las, resta-nos o consolo de ter contribuído para o acentuar de assimetrias com outras regiões, de que tanto nos lamentamos!


E agora, de novo, a nossa Voice*MED. Em 4´33´´, João Pedroso de Lima dá-nos a conhecer o projeto H2, uma estratégia para promover a humanização da relação entre doentes e profissionais de saúde, pois, mais do que em qualquer outro local, no Hospital um doente deve sentir-se acarinhado, acompanhado, entendido e bem tratado, clínica e emocionalmente. Em “Do curso de Medicina”, José Manuel Romãozinho fala-nos das batalhas estudantis, dos seus Mestres e do seu empenho para acabar com garrafões de vinho debaixo da cama nas enfermarias. Em “Isto é FMUC”, Américo Figueiredo desvenda o segredo para o sucesso da Clínica de Dermatologia, nomeadamente através da aposta na diferenciação. Em “Fora da Medicina”, vamos entrar na “Casa do Cinema” e conhecer os “takes” para a promoção da cultura cinematográfica em Coimbra. Em “Lucerna”, conheça da boca de um futuro médico dentista, David Neves, como o MIMD, em Coimbra, mudou a sua vida. Por fim, Cláudia Pereira prescreve umas pitadas de humor para ajudar a reforçar a capacidade de tolerância e perdão, e uma boa dose de realismo para enfrentar a vulnerabilidade da justiça e o racismo.


Um dos objetivos da Voice*MED, como parte da estratégia de comunicação da FMUC, é divulgar as atividades e conquistas da Escola. Para tal, e com o intuito de conhecer o que vai sendo desenvolvido na Faculdade, foi criado, recentemente, um email “noticias.fmuc@fmed.uc.pt”, para o qual todos podem, e devem, enviar qualquer contribuição que entendam como valiosa e suscetível de ser divulgada. 


A toda a comunidade FMUC votos de um excelente ano académico!



 Henrique Girão


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