Sobre o estudo 

Este trabalho pretendeu investigar se um parâmetro analítico recente (procalcitonina) poderá ser utilizado em vez dos parâmetros atualmente em uso (proteína C reativa e leucócitos) nos casos de grávidas com rotura das membranas antes do termo, para deteção atempada de infeção.

De facto, a detecção precoce de infeção intra-amniótica (corioamnionite) é de suprema importância em obstetrícia uma vez que poderá colocar em risco quer a vida da mãe quer do feto. No entanto, durante a gravidez não há marcadores laboratoriais maternos fiáveis que consigam detetar infeção intra-amniótica atempadamente.

Resultados e impacto

O objetivo deste trabalho foi determinar se a procalcitonina (PCT) é um preditor fiável de corioamnionite (CA) em mulheres com rotura prematura de membranas pré-termo (RPM-PT).

Para isso os autores efetuaram uma pesquisa electrónica das bases de dados internacionais (Scopus, ISI, Medline, Embase, ClinicalTrials.gov e da Cochrane) de todos os artigos publicados respeitantes ao uso da PCT, da PCR e dos leucócitos para o diagnóstico de corioamnionite após admissão por rotura prematura de membranas pré-termo (RPM-PT).

Dois investigadores independentes avaliaram a pesquisa bibliográfica com 590 estudos; após revisão dos títulos e resumos, 46 artigos foram identificados como potencialmente elegíveis; oito estudos foram incluídos na meta-análise dos resultados.

Este estudo revelou que a proteína C-reativa (PCR) não só tem uma melhor sensibilidade (0,71; 95% CI 0,53-0,84), mas também uma melhor especificidade (0,75; 95% CI 0,55-0,88), em comparação com os outros parâmetros inflamatórios analisados para diagnosticar corioamnionite em casos de RPM-PT.

Assim, como conclusão, a procalcitonina não parece ser melhor do que a PCR na rotura prematura das membranas para o diagnóstico da corioamnionite.

Ana Luísa Areia

Archives of Gynecology and Obstetrics 
Procalcitonin in preterm rupture of membranes: a systematic review and meta-analysis

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