Sobre o estudo 

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória auto-imune que ataca especialmente as articulações, conduzindo à sua inflamação com dor, rigidez e destruição progressiva. A doença determina grande sofrimento e incapacidade motora, com fortes implicações na qualidade de vida dos doentes.

Nos últimos 20 anos, foram desenvolvidos novos medicamentos e estratégias terapêuticas que permitem um melhor controlo da doença. No entanto, esses medicamentos não são eficazes para cerca de um terço dos doentes, tornando-se importante encontrar novas terapias.

As células mesenquimais estaminais/do estroma (MSC) são células indiferenciadas, que existem em diferentes órgãos e têm a capacidade de os regenerar. Estas células também produzem substâncias capazes de diminuir a actividade inflamatória das células do sistema imune. Neste contexto, a terapia celular com MSC poderá representar uma nova esperança para os doentes com artrite reumatóide que não respondem às terapias disponíveis atualmente.

Este estudo teve como objectivo descobrir se as MSC (isoladas da medula óssea humana) eram capazes de diminuir a resposta inflamatória das células imunes de doentes com artrite reumatóide, através de testes in vitro. Estudaram-se diferentes populações de linfócitos T, entre as quais as células Th1 e Th17, por se saber que têm grande importância nesta doença.

Resultados e impacto

Este estudo mostra que a presença de MSC diminui a actividade inflamatória das células imunes de doentes com artrite reumatóide. A inibição da resposta inflamatória, levada a cabo pelas MSC, afeta diversas populações de linfócitos T, incluindo as células Th1 e Th17, que comandam a resposta imune inflamatória contra as articulações.

À luz destes resultados, a terapia celular com MSC aparece como uma terapia promissora para a artrite reumatóide, podendo constituir uma alternativa às terapias atuais.

Artur Paiva