Isto é FMUC
Procurar uma oportunidade de financiamento para a investigação científica e elaborar a respetiva candidatura é um processo laborioso e potencialmente complexo, que requer um amplo conhecimento de todas as etapas envolvidas. Coordenado por Flávio Reis, o Gabinete de Gestão de Investigação (GGI) desempenha um papel fundamental nesse processo, já que é a estrutura de apoio à procura e gestão de financiamento da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).
O apoio à investigação científica
“Os principais objetivos do GGI são, em primeiro lugar, identificar oportunidades de financiamento que possam servir os interesses dos colaboradores da Escola, nomeadamente dos seus docentes e investigadores. Depois, apoiar na elaboração das candidaturas. E, por fim, colaborar na gestão dos projetos financiados”. As palavras são de Flávio Reis, que salienta o importante papel do gabinete na articulação com as agências de financiamento e mesmo na procura ativa de parceiros nacionais e internacionais para as candidaturas.
A par destes objetivos, afirma que o gabinete também assume como uma das suas funções a “dinamização da investigação científica no seio da FMUC, em sintonia com a Direção da Escola e em articulação com outras estruturas de apoio à investigação, particularmente com o Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR)”.
A importância do financiamento
Se, tradicionalmente, o financiamento que os investigadores e professores estavam habituados a disputar provinha essencialmente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), hoje existe uma clara necessidade de procurar fontes alternativas, conforme explica Flávio Reis: “Como todos sabemos, até por força das dificuldades económicas que atravessámos, o financiamento da FCT tornou-se ainda mais competitivo do que já era no passado”.
Por isso, o GGI tem tentado identificar fontes de financiamento a nível internacional, provenientes, por exemplo, de fundações e de sociedades científicas dos Estados Unidos da América, mas, principalmente, a nível europeu, com destaque para o Horizonte 2020, o programa-quadro comunitário de financiamento da Investigação e Inovação na União Europeia.
Para Flávio Reis, esta procura por outras fontes de financiamento, maioritariamente europeias, é uma aposta a manter no futuro. “Sendo a Saúde uma das áreas estratégicas da Universidade de Coimbra (UC) e a FMUC uma Unidade Orgânica com muita importância no contexto da UC, nomeadamente para a sua produtividade científica e projeção internacional”, o coordenador do GGI considera que a Escola deve tornar-se cada vez mais competitiva, elevando, deste modo, a sua reputação fora do território nacional, algo que resultará, naturalmente, em maior captação de financiamento significativo e competitivo.
O coordenador do gabinete destaca ainda, neste âmbito, um aspeto que considera muito positivo: a associação da FMUC ao EIT Health, uma Comunidade de Conhecimento e Inovação para a área da Saúde, lançada pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). Flávio Reis atribui o principal mérito do estabelecimento desta parceria a João Malva, que, à data, era o coordenador do Gabinete de Gestão de Projetos, estrutura que, em 2017, com a publicação dos novos Estatutos da FMUC, passou a denominar-se GGI. “A FMUC, tal como outras instituições de Coimbra com ligação à área da saúde, nomeadamente o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e o Instituto Pedro Nunes (IPN), é um parceiro chave de um grupo de países denominados InnoStars”, esclarece Flávio Reis. Atualmente, e por via do EIT Health, “há já vários projetos aprovados para financiamento nos quais participam investigadores da FMUC”.
O segundo desafio “é conseguir aumentar significativamente o número de colaboradores da FMUC que concorrem a financiamento competitivo, uma vez que “sem «ir a jogo» é impossível ganhar”, conforme refere Flávio Reis. “Temos de reconhecer que ainda é muito baixo o número de candidaturas relativamente ao enorme potencial existente na Escola em termos de investigação biomédica, tanto fundamental como clínica”, afirma. O coordenador do GGI considera fundamental continuar a passar a mensagem a toda a comunidade FMUC que procurar financiamento e escrever uma proposta é possível, existindo, para o efeito, uma estrutura na Faculdade que os pode ajudar.
O terceiro e último desafio é “contribuir para que mais pessoas tenham parceiros internacionais de relevo, uma vez que isso permitirá aos docentes e investigadores da FMUC integrar consórcios mais robustos e concorrer a financiamento mais significativo, nomeadamente no âmbito do Horizonte 2020, que será, a breve trecho, substituído pelo Horizonte Europa”. Flávio Reis considera que “são esses projetos com financiamento avultado que permitirão, gradualmente, atingir patamares de maior competitividade, com um retorno financeiro importante para a FMUC e, acima de tudo, ganhos significativos em termos de prestígio nacional e internacional”.
A aproximação à sociedade
Em termos práticos, o que se espera da investigação científica, nomeadamente daquela realizada numa Escola Médica, é que resulte num impacto positivo nas condições de vida das pessoas. Para o coordenador do GGI, este é um aspeto muito importante a ser considerado: “Eu acho que a missão da investigação científica não pode ser apenas produzir mais e melhores artigos. Neste momento, o panorama internacional aponta claramente - e bem - para que a investigação científica seja cada vez mais um veículo de melhoria das condições das sociedades”.
Por essa razão, o GGI tem dado apoio a projetos com um cariz societal, como alguns dos financiados pelo EIT Health, que fomentam esta aproximação entre a investigação e as pessoas. O gabinete estimula os responsáveis pelos projetos a deixar expresso nas suas candidaturas, de forma clara, de que forma a sua investigação tem esta preocupação e, sempre que possível, explorar o potencial de transferência de conhecimento para a economia e, em última instância, para a sociedade. Para Flávio Reis, a Faculdade deve, igualmente, dar-se a conhecer às pessoas fora do meio científico, mostrando o que faz e, sobretudo, fazendo “investigação com foco na comunidade que pretende servir”.