Isto é FMUC
Localizado no Polo I, o Instituto de Anatomia Patológica e Patologia Molecular (IAP-PM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) ocupa algumas das salas do primeiro piso deste edifício da Faculdade, onde também se encontra o Museu de Anatomia Patológica (MAP), o maior da Europa em número de exemplares.
À frente do IAP-PM e do MAP desde 2003 está Lina Carvalho, que dá a conhecer estes espaços com o entusiasmo natural de quem gosta muito do trabalho que desenvolve. Realça que 2020 é um ano importante pela memória do Centenário do Nascimento do Professor Renato Trincão, diretor do Instituto de Anatomia Patológica entre 1956 e 1990.
As salas, os laboratórios e o museu
“Anda-se muito nesta casa, os corredores são muitos!”, faz saber Lina Carvalho, enquanto dá a conhecer as salas que constituem o instituto. O IAP-PM tem quatro laboratórios básicos: “temos um de Histopatologia e Citopatologia, outro de Imunohistoquímica, e mais dois laboratórios de Patologia Molecular. Num desses laboratórios, fazemos sequenciação de DNA e de RNA para estudar mutações ou alterações genéticas e, no outro, fazemos o mesmo, mas com outra metodologia, já que a Patologia Molecular exige várias vertentes tecnológicas, e a sequenciação e a hibridização são as formas comuns na Anatomia Patológica”, explica Lina Carvalho.
Na visita guiada pelo instituto, há tempo para mostrar a Secretaria Administrativa, que recebe “clientes, doentes, médicos e estudantes”, para indicar o local onde se situa o vestiário ou aquele onde se armazenam os consumíveis, cujo sistema de ventilação permite que “não se acumulem substâncias tóxicas”. Mas há também tempo para conhecer o interior de uma sala de aulas: “Quer ver por dentro?”, pergunta a diretora do IAP-PM, sempre disponível para explicar as funções de cada espaço do instituto.
Abre-se a porta de uma sala de aulas que é “clássica”, mas que, fruto dos tempos modernos, se adapta agora à realidade estudantil da atualidade: “Antes, estavam aqui nas carteiras os microscópios, mas já não os utilizamos aqui”. Agora, trabalham com a Medicina Digital, em que as “lâminas histopatológicas que estão no microscópio são digitalizadas e disponibilizadas numa plataforma informática” de acesso aos estudantes, que nela “entram com a sua password da Universidade, permitindo-lhes estudar e ter acesso a conteúdos escolares” a partir de casa ou de qualquer outro local.
A equipa é, para Lina Carvalho, o ponto forte do instituto: “temos uma equipa muito dinâmica, muito entusiástica no design e no desenvolvimento”. Essas qualidades da equipa permitem que todos estejam sempre prontos para ouvir e receber “ideias do grupo, internas, mas também de quem está à volta”.
Numa equipa constituída por “médicos, biotécnicos, técnicos de Anatomia Patológica e colaboradores da Secretaria”, todos contribuem, de diferentes e importantes formas, para o trabalho desenvolvido pelo grupo. Também no ensino, a equipa está sempre “pronta a dinamizar”, como é o caso da introdução da “imagem digital”, algo que, para Lina Carvalho, irá fortalecer o ensino e a investigação, no futuro mais próximo.
A maior ameaça e fragilidade do IAP-PM é, para a sua diretora, o facto da equipa ser “muito pequena” para o trabalho existente: “Nenhum de nós, médicos, está a tempo inteiro no instituto”, explica. Com efeito, os médicos do IAP-PM dividem-se entre as atividades docente, hospitalar e de investigação.
A bi-unicidade entre a FMUC e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) é desejável, eliminando fragilidades atuais: “Estes testes que nós aqui desenvolvemos, certificados e com reconhecimento na área da Saúde, são, no fundo, para oferecer à parte hospitalar, no contexto de um hospital com responsabilidade universitária, e que necessita do complemento da FMUC”, refere Lina Carvalho.
As oportunidades passarão, assim, pelo uso da vasta experiência na coordenação do IAP-PM na definição e implementação de estratégias que permitam colmatar a falta de pessoal e reforçar a interação entre a FMUC e o CHUC.